Substância da maconha pode ajudar a deter o câncer
Uma substância encontrada na planta da maconha pode ajudar a combater a progressão do câncer de mama. A descoberta foi anunciada
nesta Segunda-feira por médicos americanos. De acordo com os pesquisadores, o canabidiol, um dos componentes da maconha, impede
que o câncer de mama se espalhe. O consumo da droga, contudo, não ajudaria -- seria necessário consumir o canabidiol de forma
isolada e concentrada.
Os testes realizados pelos pesquisadores do Centro Médico do Pacífico, na Califórnia, revelam que o canabidiol, também
conhecido como CBD, seria capaz de bloquear o gene responsável por espalhar as células cancerígenas para o resto do corpo.
Um teste anterior já sugeria que a substância era capaz de bloquear a metástase de tumores no cérebro. Segundo os médicos,
a descoberta abre caminho para novos tratamentos.
O coordenador da pesquisa, Sean McAllister, acredita que o canabidiol pode ser uma alternativa não-tóxica à quimioterapia.
Segundo ele, os tratamentos atuais são "muito agressivos e limitados". "Esse composto encontrado na maconha
dá a esperança de que exista um tratamento com os mesmos resultados, mas sem os efeitos colaterais tão dolorosos aos pacientes",
escreve ele no estudo, publicado numa revista científica.
McAllister deixa claro que fumar maconha não funcionaria na tentativa de conter um câncer de mama. Ele explica que é muito
improvável que a concentração de canabidiol necessária para frear os tumores seja obtida com o consumo convencional da droga.
Ainda segundo o médico, o uso do CBD como remédio poderia ser liberado sem ferir a lei que proíbe o uso da droga, já que a
substância não tem propriedades psicoativas.
Fonte: Veja Online
19 / 11 / 2007
Holanda quer regulamentar maconha como remédio normal
O governo holandês anunciou que pretende promover o desenvolvimento de remédios à base de maconha e que vai ampliar a disponibilidade
da droga em farmácias dentro de cinco anos para permitir mais pesquisas científicas.
Em 2003, a Holanda se tornou o primeiro país do mundo a disponibilizar a maconha sob receita médica para o tratamento
de dores crônicas, náuseas e perda de apetite em casos de câncer, Aids e esclerose múltipla.
"A cannabis medicinal deve se tornar um medicamento registrado comum", disse em nota o ministro da Saúde, Ab
Klink, acrescentando que pretende dar todas as condições para que um laboratório holandês desenvolva remédios específicos
com a droga.
A Holanda, onde a prostituição e a venda da maconha para fins recreativos são regulamentadas pelo governo, tem um longo
histórico de pioneirismo em reformas sociais. O país também foi o primeiro a legalizar a eutanásia.
O governo regulamenta o cultivo de cepas especiais de maconha em condições iguais a laboratórios, para fornecimento em
farmácias. Uma empresa holandesa começou no ano passado a desenvolver um medicamento à base da droga, segundo o Ministério
da Saúde.
"O caminho do desenvolvimento, que pode levar vários anos, pode resultar em detalhes científicos e descobertas sobre
o equilíbrio entre eficácia e segurança da maconha medicinal", disse a nota.
(Por Emma Thomasson)
Fonte: Reuters
7 / 11 / 2007
Morre nos EUA médico defensor da maconha medicinal
O doutor Tod Mikuriya, psiquiatra da Califórnia que muitos consideram como um dos pioneiros no movimento pelo uso medicinal
da maconha nos Estados Unidos, morreu em casa, em Berkeley, no dia 20 de maio. Ele tinha 73 anos. A causa da morte foram complicações
causadas por um câncer, anunciou a família Mikuriya a órgãos de notícia da Califórnia.
Mikuriya foi um dos responsáveis pela concepção da Proposição 215, levada a referendo em 1996 na Califórnia, pela qual
os médicos do Estado têm o direito legal de receitar maconha para pacientes seriamente enfermos. Ele também fundou o Grupo
de Pesquisa Médica da Cannabis da Califórnia e uma organização derivada desse centro, a Sociedade Médica da Cannabis.
Como resultado de seu trabalho, Mikuriya era visto por alguns como salvador e por outros como ameaça pública. Para seus
admiradores, ele era o médico a recorrer em casos sem esperança. Por anos, número considerável de pacientes de doenças como
câncer e aids recorreram ao consultório que ele dirigia em Berkeley.
Mikuriya ocasionalmente escrevia mais de uma dúzia de receitas de maconha por dia, e calcula-se que, ao longo de sua carreira,
tenha aprovado o uso da droga para cerca de 9 mil pacientes. Mas, em outros quadrantes, o trabalho de Mikuriya atraía menos
admiração.
Em 1996, por exemplo, o general Barry McCaffrey, que dirigia o Serviço Nacional de Controle de Drogas nos anos do governo
Clinton, criticou publicamente a filosofia médica do doutor como "programa de Cheech and Chong" (comediantes americanos
notórios por defenderem o uso da maconha).
Em 2000, o Conselho Médico da Califórnia acusou Mikuriya de negligência grave, desvio de conduta profissional e incompetência
por não ter conduzido os exames médicos devidos em 16 pacientes para os quais havia receitado maconha. Em 2004, ele foi sentenciado
pelo conselho a cinco anos de exercício restrito de medicina e a uma multa de US$ 75 mil. Mikuriya apelou da decisão e foi
autorizado a continuar trabalhando como médico sob a supervisão de um monitor indicado pelo Estado.
Membro registrado do Partido Republicano por muitos anos (no final da vida, ele aderiu ao movimento libertário), Mikuriya
começou a estudar as possibilidades terapêuticas da maconha nos anos 60. Ele mantinha uma lista contendo mais de 200 enfermidades
cujos sintomas poderiam supostamente ser atenuados pelo uso de maconha, entre as quais gagueira, insônia, síndrome de tensão
pré-menstrual, cãibra nas mãos, perda de apetite e alguns efeitos colaterais dos tratamentos de câncer, entre os quais náuseas
e vômitos.
Mikuriya encarava seu trabalho - e repetiu essa alegação inúmeras vezes - como maneira de corrigir um erro histórico,
a saber, a reação feroz contra o uso médico da maconha que começou nos anos 30, quando o uso de maconha passou a ser severamente
reprimido.
"A maconha estava disponível para uso clínico por quase um século, até que foi retirada do mercado em 1938",
ele disse, em entrevista ao jornal East Bay Express, do norte da Califórnia, em entrevista concedida em 2004. "Estou
lutando para restaurar o uso médico da cannabis".
Tod Hiro Mikuriya nasceu no condado de Bucks, Pensilvânia, em 1933. Sua mãe, Anna Schwenk, imigrante alemã, era professora
de crianças deficientes, e seu pai, Tadafumi Mikuriya, descendente de uma família de samurais japoneses, era engenheiro civil.
Tod Mikuriya se formou em psicologia pelo Reed College, no Oregon, em 1956, e entre 1956 e 1958 serviu o Exército dos Estados
Unidos como enfermeiro de combate.
Mikuriya se formou em medicina pela Universidade Temple em 1962. Foi enquanto estudava lá que começou a se interessar
pelo uso médico da maconha, devido a uma referência que encontrou em um manual de farmacologia. Esse interesse foi a primeira
manifestação do tema que viria a dominar sua carreira.
Em 1966 e 1967, Mikuriya dirigiu o centro de tratamento de viciados em drogas do Instituto Neuropsiquiátrico de Nova Jersey,
em Princeton. Em 1967, se tornou pesquisador e consultor psiquiátrico no Centro de Estudos de Abuso de Drogas e Narcóticos,
parte do Instituto Nacional de Saúde Mental, onde estava encarregado de pesquisar sobre a maconha.
Ele se demitiu do cargo depois de apenas alguns meses, como alegou mais tarde em entrevistas, porque sua impressão era
a de que a agência estava interessada primordialmente em pesquisas que colocassem em destaque o lado negativo da droga. Mikuriya
deixa duas irmãs, Mary Jane e Beverly Mikuriya; um filho, Tadafumi, conhecido como Sean; e uma filha, Hero. Não foi possível
confirmar informações sobre outros familiares do doutor.
Entre os médicos que apóiam o uso terapêutico da maconha, muitos mantêm a discrição quando perguntados, publicamente,
se já experimentam o remédio que costumam receitar. Mas não era esse o caso, quando se trata de Mikuriya. Em entrevista ao
jornal Los Angeles Times, em 2004, o doutor "reconheceu sem dificuldade, ao contrário da maioria de seus colegas envolvidos
no uso clínico da maconha, que ele de fato a fuma, geralmente no horário do café da manhã".
Tradução: Paulo Eduardo Migliacci ME
Fonte: Terra
30 / 5 / 2007
Estudo: vapor da maconha é eficaz em uso medicinal
Vaporizar folhas da cannabis ao invés de queimá-las pode liberar os ingredientes eficazes da droga de forma mais efetiva,
mostrou um estudo piloto realizado na Universidade da Califórnia. Segundo o trabalho, essa forma de consumo evita as toxinas
prejudiciais da maconha inaladas por meio do fumo. O resultado pode beneficiar o uso medicinal da droga.
Segundo a revista Nature, o pesquisador Donald Abrams e sua equipe decidiram investigar os benefícios do "Vulcão",
um vaporizador comercialmente disponível nos EUA. O aparelho esquenta as folhas de maconha a uma temperatura que fica entre
180ºC e 200ºC sem que aconteça combustão.
Esse processo libera o THC (tetrahydrocannabinol), o princípio ativo da maconha, em forma de óleo na superfície das folhas.
Estudos anteriores mostraram que as toxinas maléficas liberadas quando a maconha é queimada, como o monóxido de carbono
e substâncias cancerígenas, não são produzidas por esses aparelhos. O estudo de Abrams foi o primeiro a comparar em humanos
os efeitos do ato de fumar e de vaporizar a cannabis. "A vaporização é capaz de entregar de forma mais rápida o THC no
fluxo sanguíneo", disse.
A maconha é utilizada principalmente para aliviar as dores de pacientes de esclerose múltipla e no tratamento do glaucoma,
além de estimular o apetite em pacientes com aids e diminuir as náuseas para pessoas em processo quimioterápico. No entanto,
segundo os médicos, fumar não é um bom método de fornecimento da droga por causa dos seus efeitos maléficos - ela pode causar
câncer de pulmão e doenças do coração.
Fonte:iParaiba
15 / 5 / 2007
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